Sexta-feira da Semana XXV do Tempo Comum

Anos Pares

São Vicente de Paulo, presbítero
Memória
Vicente de Paulo nasceu na Aquitânia, França, em 1581. Completados os estudos e ordenado presbítero, exerceu o ministério paroquial em Paris, na França. Dedicou-se à evangelização das populações rurais, foi capelão das galeras e apóstolo da caridade no meio dos pobres, dos doentes e dos sofredores. A sua voz fez-se intérprete dos direitos dos humildes diante dos poderosos. Fundou a Congregação da Missão, destinada à formação do clero e ao serviço dos pobres. Com a ajuda de Santa Luísa de Marillac fundou também a Congregação das Filhas da Caridade. Morreu em Paris, no ano 1660.

Leitura I Co 3, 1-11

Tudo tem o seu tempo, tudo tem a sua hora debaixo do céu: Há tempo para nascer e tempo para morrer, tempo para plantar e tempo para arrancar; tempo para matar e tempo para curar, tempo para demolir e tempo para construir; tempo para chorar e tempo para rir, tempo para gemer e tempo para dançar; tempo para atirar pedras e tempo para as juntar, tempo para se abraçar e tempo para se separar; tempo para ganhar e tempo para perder, tempo para guardar e tempo para deitar fora; tempo para rasgar e tempo para coser, tempo para calar e tempo para falar; tempo para amar e tempo para odiar, tempo para a guerra e tempo para a paz. Que aproveita ao homem com tanto trabalho? Tenho observado a tarefa que Deus atribuiu aos homens, para nela se ocuparem. Ele fez todas as coisas apropriadas ao seu tempo e pôs no coração do homem a sucessão dos séculos, sem que ele possa compreender o princípio e o fim da obra de Deus.

compreender a palavra
A visão sobre a vida, o tempo e as circunstâncias que nos apresenta Coelet revela a caducidade das coisas. Tudo é passageiro e tudo parece estar desprovido de razão e de sentido. Há um vazio que nada pode preencher. A existência do homem sobre a terra sofre desta caducidade, desta limitação e deste vazio. O homem não consegue dar às coisas e aos acontecimentos um sentido e não consegue dar sentido à própria vida. De que vale trabalhar se não chega a compreender o princípio e o fim da tarefa que Deus colocou nas suas mãos?

meditar a palavra
Se o homem do antigo testamento tem dificuldade em entender o vazio existencial, porque lhe falta o elemento essencial para mostrar que ela é mais do que a sucessão do tempo e a alternância dos acontecimentos, nós temos a possibilidade de encontrar o verdadeiro sentido, porque lemos a vida à luz de Cristo. Se tudo parece aos nossos olhos, vaidade, ilusão e vazio, aos olhos de Cristo tudo se transforma. A vida tem sentido no amor. Quando olhamos apenas para nós, na busca egoísta da felicidade, encontramos muitas desilusões porque as circunstâncias parecem estar contra nós, como adversários que impedem a nossa felicidade. Ora o sentido da vida não está em ser feliz ou, se preferirmos, em sermos amados. O sentido da vida, a razão da alegria e da felicidade está em sair de nós para que outros sejam felizes. A felicidade ao jeito de Jesus está em dar, em amar, em perdoar e morrer pelo outro. De acordo com esta visão, a alternância do tempo e das circunstâncias não afetam a alegria, nem a felicidade, porque o sentido das coisas está no amor de Deus no qual também nós amamos e, esse não morre.

rezar a palavra
Senhor, se gastar a minha vida a olhar para mim, para o meu bem estar, para a felicidade a que julgo ter direito, deparo-me com uma insatisfação, um vazio, que não consigo superar com as minhas forças. Mas tu ensinaste-me que a alegria e a felicidade não estão em conquistar para mim o que desejo ou satisfazer as minhas vontades de cada momento. O sentido da minha vida hei de encontra-lo amando e dando a vida como tu, para que outros tenham a vida, para que outros encontrem o sentido que o tempo parece querer roubar-nos.

compromisso
Preocupar-se com a felicidade dos outros pode trazer dissabores e incompreensões, mas também traz uma grande liberdade diante do tempo que passa.


Evangelho Lc 9, 18-22

Um dia, Jesus orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?». Eles responderam: «Uns, João Batista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou». Disse-lhes Jesus: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro tomou a palavra e respondeu: «És o Messias de Deus». Ele, porém, proibiu-lhes severamente de o dizerem fosse a quem fosse e acrescentou: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia».

compreender a palavra
Após a multiplicação dos pães, Lucas apresenta este diálogo entre Jesus e os discípulos sobre a mesma questão colocada por Herodes e pela multidão. Quem é Jesus? A pergunta é feita por Jesus após um momento de oração a sós: “Quem dizem a multidões que eu sou?”. A pergunta é feita também ao o grupo dos doze: “E quem dizeis vós que eu sou?”. A resposta de Pedro revela a identidade de Jesus, Ele é o Messias, mas Pedro não conhece os contornos dessa identidade. Por isso Jesus os manda calar. E para que não fabriquem nenhuma imagem errada do Messias, anuncia-lhes a sua morte e ressurreição.

meditar a palavra
Jesus é o Messias, mas a sua identidade não pode ficar fechada em chavões que a nossa imaginação fabrica, de modo a satisfazer os nossos caprichos. Dava-nos jeito um Messias que fizesse por nós o que nos compete como homens, cidadãos e cristãos. A vida fácil foi sempre um desejo assim como fuga às dificuldades e sofrimentos. Um Messias que faz por nós era tudo o que podíamos desejar. Jesus não é assim. Pelo contrário, ele apresenta-se como o que carrega a cruz e passa pelos sofrimentos e pela morte. Então, é preciso fazer silêncio diante de Jesus e calar as vozes interiores que nos impedem de ouvir o que ele nos revela de si mesmo, para que a nossa fé se concentre no mistério da Paixão e não se deixe enganar por falsos profetas que em nada se parecem com o Messias.

rezar a palavra
Senhor, quero contemplar-te no mistério da Paixão para encontrar, no sofrimento do corpo entregue e do sangue derramado, os sinais do Messias salvador. Quero prender-me ao mistério que me salva e reconhecer-te como caminho de ressurreição e de vida. Não quero seguir pelo caminho fácil dos que sabem tudo sobre ti, mas não te reconhecem no crucificado, nem quero viver sem a cruz que me ofereces como caminho de vida eterna.

compromisso
No silêncio de uma Igreja ou do meu quarto, contemplo Cristo na Cruz, na busca do Messias que me salva.

Referência: aliturgia.com

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