Quarta-feira da Semana II do Tempo Comum

Santo Antão, abade
Memória
Antão nasceu no Alto Egito, aproximadamente no ano 250. Depois da morte de seus pais, seguindo os preceitos evangélicos, distribuiu os seus haveres pelos pobres e retirou-se para a solidão da Tebaida, no Egito, onde começou a sua vida ascética. Teve numerosos discípulos e trabalhou em defesa da Igreja, animando os confessores na perseguição de Diocleciano e apoiando santo Atanásio na luta contra os arianos. Foram tantos os seus discípulos, que mereceu ser considerado «pai dos monges». Morreu no ano 356.

Leitura I (anos pares) 1Sm 17, 32-33.37.40-51

Naqueles dias, David foi levado à presença do rei Saul e disse-lhe: «Ninguém desanime por causa de Golias. O teu servo irá lutar contra esse filisteu». Mas Saul respondeu-lhe: «Não podes avançar contra esse filisteu para o combateres, porque não passas dum rapazinho, ao passo que ele é homem de guerra desde a sua juventude». David respondeu a Saul: «O Senhor, que me livrou das garras do leão e do urso, me livrará das mãos desse filisteu». Então Saul disse a David: «Vai, e que o Senhor esteja contigo». David tomou o seu cajado nas mãos, escolheu na torrente cinco pedras bem lisas e meteu-as no seu surrão de pastor. Depois, com a funda na mão, avançou contra o filisteu. O filisteu foi-se aproximando pouco a pouco de David, levando à frente o seu escudeiro. Quando olhou e viu David, desprezou-o, porque era um rapaz novo; era loiro e de bela aparência. Disse então a David: «Sou porventura algum cão, para vires contra mim de pau na mão?». E amaldiçoou David em nome dos seus deuses. E acrescentou: «Vem ao meu encontro e eu darei a tua carne às aves do céu e aos animais do campo». Mas David respondeu ao filisteu: «Tu vens contra mim armado de espada, lança e azagaia, e eu vou contra ti em nome do Senhor do Universo, o Deus dos exércitos de Israel, que tu desafiaste. O Senhor vai entregar-te hoje mesmo nas minhas mãos. Eu te matarei e te cortarei a cabeça e darei hoje o teu cadáver e os cadáveres dos filisteus às aves do céu e aos animais selvagens. Então saberá toda a terra que há um Deus em Israel e toda a gente há de ver que não é pela espada ou pela lança que o Senhor concede a salvação. Porque esta guerra é do Senhor e Ele vos entregará em nossas mãos». Quando o filisteu avançou e veio ao encontro de David, também este correu velozmente contra o filisteu. Meteu a mão no surrão, tirou uma pedra, arremessou-a com a funda e atingiu o filisteu na fronte. A pedra cravou-se-lhe na testa e ele caiu de bruços no chão. Foi assim, com uma funda e uma pedra, que David triunfou do filisteu e o feriu mortalmente, sem ter uma espada na mão. David correu para o filisteu e parou junto dele, tirou-lhe a espada da bainha e acabou de o matar, cortando-lhe a cabeça. Ao verem morto o seu herói, os filisteus puseram-se em fuga.

compreender a palavra
“Não passas de um rapazinho” são as palavras de Saúl perante o poder dos filisteus e a fragilidade de David que se decide a enfrentar o gigante e o seu exército. A resposta de David conta uma história de libertação realizada pelo Senhor na sua vida e a confiança no poder de Deus no presente: “O Senhor, que me livrou das garras do leão e do urso, me livrará das mãos desse filisteu”. Desprezado pelo gigante filisteu, David responde “vou contra ti em nome do Senhor do Universo” e acrescenta, toda a gente há de ver que não é pela espada ou pela lança que o Senhor concede a salvação”. O poder de Deus manifestou-se e David venceu o Golias.

meditar a palavra
Israel vivia no medo por causa dos filisteus que tinham no seu exército um gigante imbatível. Saúl, o rei, fechado no seu palácio sofria a angustiosa incapacidade perante o inimigo. O povo sentia na pele as investidas dos filisteus que lhes tiravam tudo, até a paz. Um rapazinho, David, cheio da força de Deus, impreparado para a guerra, mas conhecedor, por experiência de outras batalhas, do poder de Deus, não teme o inimigo. Avança e vence, porque o Senhor está com ele. Na nossa vida levantam-se gigantes como Golias, que vão aumentando de tamanho e de poder à medida que o tempo passa. Chegamos a pensar que nunca nos vamos libertar deles. Não são filisteus nem estão fora de nós, pelo menos a maioria destes gigantes. Como David não passamos de uma fragilidade diante da vida, mas ao contrário de David, nem sempre confiamos que o Senhor tem poder sobre os nossos gigantes. Não vivemos em nome do Senhor e não é ele quem nos liberta? Podemos cantar “os poderosos são derrubados dos seus tronos e despedidos de mãos vazias”.

rezar a palavra
Ensina-me, Senhor, a confiar em ti e a não temer a força dos meus inimigos, porque é na minha fragilidade que manifestas o teu poder e me salvas.

compromisso
A confiança exercita-se nos acontecimentos de cada dia.

Evangelho Mc 3, 1-6

Jesus entrou de novo na sinagoga, onde estava um homem com uma das mãos atrofiada. Os fariseus observavam Jesus para verem se Ele ia curá-lo ao Sábado e poderem assim acusá-l’O. Jesus disse ao homem que tinha a mão atrofiada: «Levanta-te e vem aqui para o meio». Depois perguntou-lhes: «Será permitido ao Sábado fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou tirá-la?». Mas eles ficaram calados. Então, olhando-os com indignação e entristecido com a dureza dos seus corações, disse ao homem: «Estende a mão». Ele estendeu-a e a mão ficou curada. Os fariseus, porém, logo que saíram dali, reuniram-se com os herodianos para deliberarem como haviam de acabar com Ele.

compreender a palavra
O cenário situa-nos na sinagoga, lugar de culto em dia de Sábado. Os presentes são as pessoas da localidade (podemos imaginar) e alguns fariseus. Está ali um homem diferente, que não pode fazer o mesmo que os outros pois tem uma mão atrofiada. Os olhares são de intriga e suspeita, os corações retorcidos e duros. Jesus percebe o ambiente difícil e a necessidade que o homem tem de se libertar daquela atrofia. Está entre a espada e a parede. Argumenta, cala os adversários, mas não vence a dureza dos corações que ficam ainda mais retorcidos ao ponto de quererem acabar com ele.

meditar a palavra
O homem de mão atrofiada dá uma boa meditação para hoje. A atitude de Jesus também pode ser para nós ocasião de reflexão. Mas gostava de centrar a nossa atenção sobre o coração endurecido dos fariseus. Muitas vezes nem vejo o bem que muitas pessoas fazem junto a mim, simplesmente porque tenho o coração duro. Mais do que duro, retorcido. Só porque o bem não é praticado por mim ou por aqueles de quem eu gosto e que fazem parte do meu grupo, já me parece mal e não lhe atribuo qualquer valor. Às vezes até interpreto o bem como mal e quero marcá-lo com segundas intenções. Porque serei eu assim, um homem de coração retorcido e lento para aceitar e acolher o bem que os outros fazem?

rezar a palavra
Ai, Senhor, este meu coração doente. Olha-me bem no fundo de mim mesmo e atinge-me na raiz da medula. Faz-me compreender a grandeza do amor e limpa o meu olhar para ver como tu vês e não me deixar levar pela maldade do meu coração.

compromisso
Vou purificar o meu coração junto ao sacrário, na Eucaristia ou, se não for possível tanta proximidade, num momento de recolhimento e oração.

Referência: aliturgia.com

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