Os germes da alegria eterna

São Charles de Foucauld (1858-1916) eremita e missionário no Saara – Salmo 36, § 71

«Ainda um pouco, e já não verás o ímpio; mesmo que o procures, não vais encontrá-lo. Porém, os pobres possuirão a terra e terão felicidade e grande paz» (Sl 36,10-11). […] Este salmo é um desenvolvimento admirável deste pensamento: há penas na terra para os justos, mas estas penas são o germe da alegria eterna: eles devem, pois, esperar, consolar-se e agradecer a Deus, guardando-se de invejar os alegres do mundo, que, ao chegarem à eternidade, têm à sua espera tormentos terríveis! Pobre Lázaro, não invejes o rico que se alegra e come esplendidamente: és tu que és feliz! […] Não invejemos os mundanos, com as suas alegrias e a sua prosperidade […]: não são eles que são felizes. Felizes são aqueles que têm Deus por Senhor, que não vivem para os gozos, para a ciência, para as riquezas, para as honras, para o amor, para os afetos humanos, para tudo o que há na terra, mas vivem só para Deus e só para Ele olham, em quem Ele reina perfeitamente, como Senhor soberano que tudo governa num reino perfeitamente submisso. Demos graças a Deus pela nossa felicidade, nós, que Ele amou com um amor eterno e que por isso atraiu a Si na sua misericórdia. Amemos as nossas dores, que são a marca da nossa separação do mundo, e ofereçamo-las a Deus, pedindo-Lhe que faça de nós tudo o que quiser.

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