O testemunho dos mártires japoneses

Que o exemplo dos mártires japoneses inspire os acólitos e coroinhas que, com os sacerdotes, sobem ao santo sacrifício do altar, a estarem dispostos a abraçar a própria cruz, quando Deus assim quiser.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 6, 53-56)

Naquele tempo, Jesus chamou os doze, e começou a enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. E Jesus disse ainda: “Quando entrardes numa casa, ficai ali até vossa partida. Se em algum lugar não vos receberem, nem quiserem vos escutar, quando sairdes, sacudi a poeira dos pés, como testemunho contra eles!”. Então os doze partiram e pregaram que todos se convertessem. Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo.

Celebramos hoje a Memória de São Paulo Miki e seus vinte e cinco companheiros mártires. 

Qual é a história deles? Quando o Japão foi evangelizado por São Francisco Xavier, em menos de um século quase 500 mil japoneses já tinham se convertido ao catolicismo. Tudo estava correndo bem, pois o imperador achava a situação normal; mas em certo momento — uma daquelas insídias do inimigo —, o convenceram de que a evangelização era uma estratégia dos espanhóis para invadir o Japão. Então, o imperador mandou massacrar os cristãos, tornou o cristianismo ilegal e perseguiu de forma sangrante e cruel os fiéis.

Hoje, celebramos 26 mártires que foram conduzidos por cerca de oitocentos quilômetros, de Osaka até Nagasaki, numa espécie de “procissão macabra”, vexados ao longo do caminho com provações e torturas. Entre eles, havia jesuítas, franciscanos, leigos e três jovens acólitos: Tomás, Luís e Antônio. Estes três adolescentes, entre doze e quinze anos, ofereceram suas vidas por amor a Jesus, e percebemos com clareza que o grande heroísmo que os animava chegou a comover os próprios carrascos, emocionados de ver a fé, o destemor e a bravura dos meninos.

Um dos carrascos até mesmo falou ao pequenino Antônio: “Se vieres comigo como escravo, eu te liberto e salvo da morte”. Então, ele consultou o frei Pedro, que lhe disse: “Podes aceitar a oferta, contanto que te permitam ser cristão”. Desse modo, o menino voltou-se para o carrasco e falou: “Estou disposto, mas devo continuar sendo cristão”. Como isso não seria possível, Antônio abraçou alegremente a cruz. Sim, alegremente, porque os três acólitos, que tinham aprendido a cantar cânticos e salmos, já pregados à cruz começaram a entoar hinos e a cantar com alegria, edificando a todos os que assistiam àquele espetáculo de fé.

Quando eles finalmente foram mortos a lançadas, tendo suas vozes caladas, Deus confirmou aquele martírio com milagres imediatos: os corpos foram deixados na cruz, mas permaneceram incorruptos por vários dias, até que do corpo de frei Pedro começou a brotar sangue em abundância, espetáculo diante do qual se reuniram muitas pessoas.

Em outro lugar, distante dali, o Senhor confirmou ainda outra vez a santidade de frei Pedro e seu pequeno acólito Antônio, vistos no altar celebrando a Missa, e essa visão deixou entrever o que acontece nos céus: os que são sacerdotes e acólitos na terra estarão um dia juntos no Céu oferecendo o sacrifício eterno de louvor, se tiverem oferecido neste mundo o sacrifício de suas vidas.

Via: padrepauloricardo.org

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