«O Pai, que Me enviou, também Ele deu testemunho de Mim»

São Gregório Magno (c. 540-604) papa, doutor da Igreja – Livro XIII, SC 212

«Eu tenho a minha testemunha no Céu, um defensor nas alturas» (Job 16,19). Quando o Filho vacilou na Terra, tinha uma testemunha no Céu. Com efeito, o Pai é a testemunha do Filho, como diz no Evangelho: «O Pai, que Me enviou, também Ele deu testemunho de Mim». Mas também é justamente chamado seu confidente, porque é numa única vontade, num único conselho, que o Pai opera sempre com o Filho. E é também sua testemunha porque «ninguém conhece o Filho senão o Pai» (Mt 11,27). O Filho tinha, pois, a sua testemunha no Céu, um defensor nas alturas» no dia em que aqueles que O viram morrer na carne não se aperceberam do poder da sua divindade. Mas, embora os homens estivessem na ignorância, na sua morte, o Mediador entre Deus e os homens sabia que o Pai operava com Ele […]. Para além de serem verdadeiras para o bem-aventurado Job, estas palavras podem também aplicar-se a cada um de nós. Porque todo aquele que aspira ao louvor dos homens em todos os seus atos procura o testemunho dos homens na Terra. Mas aquele que procura agradar a Deus todo-poderoso com a sua conduta considera que o seu testemunho está no Céu. Acontece, porém, que muitas vezes as nossas boas obras são criticadas em nós por espíritos mal intencionados. Mas aquele que tem a sua testemunha no Céu não precisa de temer as críticas dos homens.

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