«Naquele tempo, começou Jesus a censurar duramente as cidades em que se tinha realizado a maior parte dos seus milagres, por não se terem arrependido»
Isaac o Sírio (século VII)monge perto de Mossul
Discursos espirituais, 1.ª série, n.º 72
O arrependimento foi dado aos homens depois do batismo, como uma graça atrás de outra graça. Com efeito, o arrependimento é um segundo nascimento, que vem de Deus. O que recebemos em fiança no batismo, recebemo-lo como dom pleno no arrependimento. O arrependimento é a porta da compaixão, que se abre aos que a procuram. Por esta porta, entramos na compaixão divina; fora dela, não encontramos compaixão, «visto que todos pecaram e estão privados da glória de Deus, sendo, por puro dom, justificados pela sua graça» (Rom 3,23-24). O arrependimento é a segunda graça, que nasce da fé e do temor no coração. O temor é a vara paternal que nos dirige, até chegarmos ao paraíso espiritual; uma vez aí chegados, desaparece.