João Batista, mártir da verdade

São Cipriano, Bispo e mártir
Exortação ao martírio, 13

«Tenho como coisa certa que os sofrimentos do tempo presente nada são em comparação com a glória que há de revelar-se em nós» (Rom 8,18). Quem não há de, pois, trabalhar de todas as formas possíveis para obter tal glória, para se tornar amigo de Deus, para se regozijar na companhia de Jesus Cristo e receber a recompensa divina depois dos tormentos e dos suplícios desta Terra?

Para os soldados deste mundo, é glorioso regressarem triunfalmente à pátria depois de terem vencido o inimigo. Não será glória bem maior retornar triunfalmente, depois de ter vencido o demónio, ao paraíso de onde Adão tinha sido expulso por causa do seu pecado? Trazer o troféu da vitória depois de ter abatido quem o tinha enganado? Oferecer a Deus como espólio magnífico uma fé intacta, uma coragem espiritual sem falhas, uma dedicação digna de elogios? Tornar-se co-herdeiro de Cristo, ser equiparado aos anjos, desfrutar com alegria do reino celeste com os patriarcas, os apóstolos, os profetas? Que perseguição pode vencer tais pensamentos, eles que podem ajudar-nos a superar os suplícios? […]

A Terra aprisiona-nos com as suas perseguições, mas o Céu permanece aberto. […] Que honra e que segurança sair deste mundo com alegria, sair dele em glória, transpondo provas e sofrimentos! Fechar por um instante os olhos que veem os homens e o mundo, para os reabrir logo a seguir para verem a Deus e a Cristo! […] Se a perseguição assalta um soldado assim preparado, não poderá vencer a sua coragem. Mesmo que sejamos chamados ao Céu antes da luta, a fé que assim se preparou não ficará sem recompensa. […] Na perseguição, Deus coroa os seus soldados; na paz, coroa a boa consciência.

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