Jesus não está mais na Cruz?

Equipe Christo Nihil Praeponere

“Jesus não está mais na Cruz”, dizem muitos protestantes. “Por que seguir usando o símbolo no qual Ele foi torturado e morreu de forma tão atroz?” — A resposta está no próprio Evangelho, e na vida de São Pedro e São Paulo, colunas da Igreja.

— Jesus não está mais na Cruz — dizem muitos protestantes. — Por que seguir usando o símbolo no qual Ele foi torturado e morreu de forma tão atroz?

Respondamos com São Paulo, que, escrevendo aos coríntios, por volta do ano 55, disse: 

“Entre vós, não julguei saber coisa alguma, a não ser Jesus Cristo, e este crucificado” (1Cor 2, 2).

— Mas como, Apóstolo? — poderiam perguntar os mesmos evangélicos. — Jesus já não ressuscitou? E não lhe apareceu glorioso no caminho de Damasco (cf. At 9)?

Sim, é verdade. Cristo venceu a morte. Mas a Cruz continuará a ser sempre — como demonstram séculos de tradição e iconografia cristã — o símbolo de seu triunfo e de nossa salvação. Depois daquela Sexta-feira Santa, não é mais possível separar Jesus e o madeiro, a Cruz e o crucificado.

São Pedro também o aprendeu, a duras penas. 

Primeiro, quando quis livrar o Mestre do suplício aparentemente maldito: “Deus te livre, Senhor!”, disse ele. — “Retira-te, Satanás”, retorquiu Jesus (cf. Mt 16, 22s). Foi para a Cruz que Cristo veio. Quem foge da Cruz é o diabo.

Depois, tendo já o Senhor subido aos céus, reza a tradição que, instado pelos próprios fiéis, o príncipe dos Apóstolos começou a deixar a cidade de Roma, assim que estourou a perseguição aos cristãos. Parecia o mais prudente a ser feito: não se expor à morte, não comprometer o apostolado, esconder-se, poupar-se. Até que veio Nosso Senhor na contramão, Cruz às costas, e Pedro assustado perguntou-lhe: “Aonde vais, Senhor?” 

Jesus lhe teria dito algo assim: 

Já que foges, ó Pedro, da cruz,
vou a Roma eu mesmo, Jesus,
receber nova morte na Cruz.

O Apóstolo entendeu o recado, voltou a Roma e foi ao encontro do martírio.

E nós, entenderemos também o recado? 

“Quem quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-me” (Lc 9, 23).

Se Cristo abraçou a Cruz, não fujamos dela. Se Ele aceitou a Cruz, não o tiremos dela. Se temos crucifixos, e eles já trazem Jesus, adoremos a Ele… nela! Mas, se estão vazios nossos crucifixos, não nos enganemos: chegou a nossa vez; esta cruz é sua; abrace-a e, por amor a Cristo, deixe-se pregar a ela.

Via: padrepauloricardo.org

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