«Jesus estendeu a mão e tocou-lhe, dizendo: “Eu quero, fica curado”»

Santo António de Lisboa (c. 1195-1231) franciscano, doutor da Igreja
Sermões para o domingo e as festas dos santos

Oh, como admiro esta mão! Esta mão do meu amado, de ouro engastado de rubis (cf Cant 5,14). Esta mão cujo contacto solta a língua do mudo, ressuscita a filha de Jairo (cf Mc 7,33; 5,41) e purifica o leproso. Esta mão sobre a qual diz o profeta Isaías: «Tudo quanto existe é obra das minhas mãos» (66,2). Estender a mão é dar um presente. Ó Senhor, estende a tua mão – essa mão que o carrasco estenderá sobre a cruz –, toca o leproso e concede-lhe essa graça. Tudo aquilo em que a tua mão tocar será purificado e curado: «e tocando na orelha do homem», diz São Lucas, «curou-o» (22,51). Estende a tua mão para concederes ao leproso o dom da saúde. Ele diz: «Eu quero, fica curado» e imediatamente a lepra se cura. «Faz tudo o que Lhe apraz» (Sl 115,3), pois nele, nada separa o querer do realizar. Ora, esta cura instantânea opera-a Deus cada dia na alma do pecador pelo ministério do sacerdote. Este tem um triplo ofício: estender a mão, quer dizer, rezar pelo pecador e ter piedade dele; tocar-lhe, consolá-lo, prometer-lhe o perdão; querer esse perdão e dar-lho através da absolvição. Tal é o triplo ministério pastoral que o Senhor confiou a Pedro, quando lhe disse por três vezes: «Apascenta as minhas ovelhas» (Jo 21,15-17).

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