Deus, na sua misericórdia, preparou para Si um santuário, a Santíssima Virgem!
Deus, que não condenastes o homem após a queda, mas, na vossa misericórdia, o desculpastes; perdoastes como Deus, isto é, não somente lhe tirastes a culpa, mas concedestes-lhe todas as graças. Moveu-Vos a misericórdia e Vós mesmo Vos dignastes descer até nós e arrancar-nos da nossa miséria. Deus ter de descer à terra, o imortal Senhor dos senhores haver de Se humilhar! – Mas aonde descereis, Senhor? Será ao Templo de Salomão? Ou mandareis que se Vos construa um novo santuário, aonde desejais descer? – Ó Senhor, que lugar santo Vos haveremos de preparar, se toda a terra é o vosso escabelo? De facto, preparastes um santuário para Vós: a Santíssima Virgem. O seu imaculado seio é a vossa morada e nela se realiza o inconcebível milagre da vossa misericórdia, Senhor. O Verbo faz-Se carne: Deus habitou entre nós, o Verbo de Deus – misericórdia encarnada. Pela vossa descida nos elevastes à vossa divindade. É o extremo do amor, o abismo da misericórdia: assombram-se os Céus com esse excesso do vosso amor. Agora, já ninguém teme aproximar-se de Vós. Sois de facto o Deus de misericórdia, e tendes compaixão da nossa miséria. Sois nosso Deus; e nós, vosso povo. Sois nosso Pai; e nós, pela graça, vossos filhos. Bendita seja a vossa misericórdia, por Vos haverdes dignado descer até nós.
Santa Faustina Kowalska (1905-1938) religiosa – Diário (Fátima, Marianos da Imaculada Conceição, 2003), § 1745
