Deus esvazia-Se para que eu possa participar na sua plenitude

São Gregório de Nazianzo (330-390) bispo, doutor da Igreja
Discurso 45 para a Santa Páscoa, 7-9 : PG 36, 631-635

O próprio Verbo de Deus, que é mais antigo que todos os séculos, o invisível, o incompreensível, o incorpóreo, o princípio nascido do princípio, a luz nascida da luz, a fonte da vida e da imortalidade, a marca do modelo divino, o selo imutável, a imagem perfeita e a palavra definitiva do Pai avança para a sua própria imagem, reveste-se de carne para salvar a carne, junta-Se a uma alma pensante por causa da minha alma, a fim de purificar o semelhante pelo semelhante, e assume tudo o que é humano, à exceção do pecado. Concebido da Virgem que havia sido purificada pelo Espírito no corpo e na alma, é verdadeiramente Deus, que assume o homem a ponto de formar um único ser a partir destes dois opostos, a carne e o espírito, um dos quais diviniza enquanto o outro é divino. União espantosa e troca paradoxal! Aquele que é torna-Se. O incriado deixa-Se criar. Aquele que nada pode conter está contido numa alma pensante, que se encontra entre a divindade e a espessura da carne. Aquele que dá riqueza torna-Se mendigo, mendiga a minha carne para me enriquecer com a sua divindade. Aquele que é a plenitude esvazia-Se por momentos da sua glória para que eu possa partilhar da sua plenitude.

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