«Depois, começou a ensinar-lhes que o Filho do homem tinha de sofrer muito»
São Cirilo de Jerusalém, Bispo e Doutor da Igreja
Catequeses batismais, n.º 13, 3-4; PG 33, 771-778
Não nos envergonhemos da cruz de Cristo; pelo contrário, tenhamos orgulho nela. A cruz é «escândalo para os judeus e loucura para os gentios», mas para nós é salvação. Para aqueles que se encaminham para a sua perda, é também uma verdadeira loucura; para nós, porém, que somos salvos, é «poder e sabedoria de Deus» (1Cor 1,23-24). Pois não foi apenas um homem que morreu por nós, foi o Filho de Deus, foi Deus feito homem. Assim, se no tempo de Moisés, o cordeiro pascal expulsou para longe o exterminador (Ex 12,23), com muito mais vigor «o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo» (Jo 1,29) nos libertará das nossas faltas.
Sim, Jesus sofreu realmente por todos os homens. A cruz não era um simulacro, pois dessa maneira também a redenção o teria sido. A morte não foi uma ilusão […]; a Paixão foi real. Cristo foi realmente crucificado: não temos nada de que nos envergonhar. Não podemos negar que Ele foi crucificado; pelo contrário, digo-o com orgulho. […] Reconheço a cruz porque conheço a ressurreição. Se o crucificado tivesse permanecido na morte, eu não teria reconhecido a cruz, mas tê-la-ia ocultado, assim como ao meu Senhor. Mas a cruz foi seguida da ressurreição; por isso, não me envergonho de falar dela.