«Bem-aventurados vós, os pobres, porque é vosso o Reino de Deus»

Ai daqueles que guardam as suas riquezas para si! Ai daqueles que querem receber a sua glória dos homens! Ai daqueles que se escondem entre os ricos em vez de desejarem a glória de Deus, as riquezas de Deus, desejando estar unidos a Ele e nada mais, porque vão é o mundo e tudo o que há no mundo, tudo será vaidade das vaidades. […] Ai daqueles que desejam a glória dos homens, porque assim ficarão privados da glória de Deus! Ai daqueles que guardam as suas riquezas acumuladas, porque no outro mundo pedirão ansiosamente uma gota de água! Ai daqueles que depositam a sua esperança no homem, porque o homem morrerá, e com ele as suas esperanças, e ver-se-ão totalmente desprovidos de esperança! Ai daqueles que encontram o seu repouso neste mundo, porque no outro mundo encontrarão a aflição eterna! Diz-me, minha alma, porque estás triste, que procuras dos bens desta vida? Responde-me e ensinar-te-ei a utilidade de cada um deles, deixa-te ensinar, aprende o que há de bom em cada um. Queres ser glorificada, diz-me, queres ser louvada? Ouve, então, o que é a honra e o que é a desonra. Honra é honrar todos os seres, mas Deus acima de todos, ter por única riqueza os seus mandamentos e por eles sofrer injúrias, por eles sofrer insultos por eles suportar ultrajes de todo o género. Pois quando, minha alma, te esforçaste em alguma ocasião por honrar a Deus, por glorificá-lo, e por isso foste injuriada, desprezada, então, terás obtido a honra e a glória que permanecem, porque a glória de Deus não deixará de vir sobre ti; então, todos os anjos te louvarão, porque honraste a Deus, a Deus que eles próprios cantam.

Simeão o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego Hinos 48, SC 196

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