A felicidade da oração

Sim, meus irmãos, se realmente amássemos a Deus, teríamos prazer e alegria em passar alguns momentos a adorá-lo, pedindo-lhe a graça de nos perdoar, e consideraríamos esses momentos os melhores da nossa vida; pois os instantes passados com este Deus de bondade são suaves e consoladores! Estás triste? Vem lançar-te uns momentos a seus pés e sentir-te-ás consolado. És desprezado pelo mundo? Aqui encontrarás um bom amigo, cuja fidelidade nunca te faltará. Sentes-te tentado? Aqui encontrarás armas fortes e terríveis para derrotar o inimigo. Temes o formidável juízo que fez tremer os maiores santos? Aproveita o facto de o teu Deus ser o Deus da misericórdia e de ser tão fácil obter esta graça. Sentes-te oprimido pela pobreza? Aqui encontrarás um Deus infinitamente rico, que te dirá que todos os seus bens são teus, não neste mundo, mas no outro: «Eis que vos preparo bens infinitos; ide, desprezai estes bens perecíveis, e tereis bens que nunca perecerão». Venhamos e experimentemos os felizes começos. Oh, como é bom, meus irmãos, gozar o casto abraço do Salvador! Garanto-vos que nunca os experimentastes, pois, se tivésseis tido essa felicidade, jamais quereríeis sair dela. Não nos espante, pois, que tantas almas santas tenham passado a vida, dia e noite, em casa; é que não podiam separar-se da sua presença.

São João-Maria Vianney (1786-1859) presbítero, Cura de Ars – Sermão para a festa do Corpo de Deus

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