A fé é o fundamento da vida cristã

A fé é um alicerce. Pensemos num monumento que atrai o olhar pela sua grandeza e pela combinação harmoniosa de todas as suas proporções. O que é que lhe dá solidez? Os alicerces. Se estes forem abalados, as paredes estalam imediatamente e o edifício corre perigo; se não for consolidado, está condenado à ruína. Temos aí uma imagem da vida espiritual, esse edifício que Deus, juntamente connosco, constrói em nós para a sua glória, um templo onde Ele quer habitar. Mas, se não lançarmos um alicerce firme, é impossível construir o edifício. E quanto mais alto ele se eleva, mais profundos e inabaláveis devem ser os alicerces. Quando o homem espiritual pensa ter atingido o cume da perfeição, o pináculo da contemplação, se a fé, que é a base do verdadeiro amor, não é nele reforçada na mesma proporção, tudo pode desmoronar-se. O Santo Concílio [de Trento] também compara a fé a uma raiz. Olhai para esta árvore majestosa, de tronco poderoso, de ramos vigorosos, de folhagem abundante e densa. De onde lhe vem a força e a beleza? De algo que não se vê: as raízes, que mergulham no solo e nele se fixam, para dele extraírem os sucos nutritivos necessários à vida deste gigante. Se as raízes vierem a secar, a árvore murcha. A raiz da vida cristã é a fé. Sem ela, tudo murcha, tudo seca, tudo morre. Ela é a condição necessária da vida e do progresso espiritual.

Beato Columba Marmion (1858-1923) abade – A nossa fé, vitória sobre o mundo

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