A esperança da graça

«Eis que um anjo do Senhor apareceu num sonho a José no Egito» (Mt 2,19). Esperemos, esperemos. […] Vós não nos deixareis na escuridão quando precisarmos de luz. […] Podemos estar na escuridão, durante muito tempo e por vezes dolorosamente, mas se isso acontecer é porque a escuridão é útil à nossa alma, e nessa escuridão velareis por nós e conduzir-nos-eis pela mão, sem que o sintamos, e quando a nossa alma precisar de luz, dá-la-eis sempre. […] Vós podíeis, meu Deus, ter conduzido São José por muitos outros meios, que não as aparições; parece que é para tornar evidente aos nossos olhos, desde as primeiras páginas do Evangelho, esta verdade da esperança que devemos ter na vossa graça (que nos dais para nos conduzir à glória) que nos mostrais, logo no começo do Novo Testamento, estes anjos, estas estrelas que se erguem às vossas ordens para guiar os homens. […] É como um relâmpago que ilumina por um momento a noite da terra e mostra aos nossos olhos espantados o vosso modo de guiar as almas. É uma cortina que se levanta um momento e nos deixa ver algo da vossa Providência eterna e infinitamente benfazeja.

São Charles de Foucauld (1858-1916) eremita e missionário no Saara – Sobre o Evangelho

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