«Não compreendes as coisas de Deus, mas só as dos homens»

São João Crisóstomo (c. 345-407)
presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja

Pedro considera os sofrimentos e a morte de Cristo de um ponto de vista puramente natural e humano, e esta morte parece-lhe indigna de Deus, vergonhosa para a sua glória. Cristo repreende-o e parece dizer-lhe: «Não, o sofrimento e a morte não são indignos de Mim. As ideias mundanas baralham e confundem a tua capacidade de ajuizar. Afasta essas ideias humanas; ouve as minhas palavras como expressão dos desígnios de meu Pai e compreenderás que esta morte é a única que convém à minha glória. Julgas que é uma vergonha para Mim sofrer? Pois quero que saibas que é vontade do diabo que Eu não cumpra assim o plano da salvação». […] Que ninguém se envergonhe dos sinais da nossa salvação, que são tão dignos de veneração e de adoração: a cruz de Cristo é a fonte de todos os bens, é através dela que vivemos, que somos regenerados e salvos. Carreguemos a cruz como uma coroa de glória. Ela põe a sua marca em tudo o que nos conduz à salvação: quando somos regenerados pelas águas do batismo, a cruz lá está; quando nos aproximamos do altar para receber o corpo e o sangue do Salvador, lá está; quando impomos as mãos sobre os eleitos do Senhor, lá está. O que quer que façamos, ela aparece, como sinal de vitória para nós. É por isso que a pomos em nossas casas, nas nossas paredes, nas nossas portas; que fazemos esse sinal na testa e no peito; que a trazemos no coração: porque ela é o símbolo da nossa redenção e da nossa libertação, e da misericórdia infinita de Nosso Senhor.

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