«Vai chamar-Se Filho do Altíssimo […] e reinará eternamente»

Prudêncio (348-após 405) poeta em Espanha
«Emerge, dulcis pusio», extrato do hino de Natal «Quid est quod artum circulum»

Mostra-Te, doce criança, trazida ao mundo por Mãe tão casta, que deu à luz sem ter conhecido homem; mostra-Te, Mediador, em ambas as tuas naturezas. Ainda que nascido no tempo da boca do Pai, engendrado pela sua palavra (cf Lc 1,38), habitavas já no seio do Pai (cf Jo 1,2) ó Sabedoria eterna (cf 1Cor 1,24). Tu és a Sabedoria que tudo criou (cf Pr 8,27), os céus, a luz e todas as coisas. Tu és o Verbo poderoso que fez o Universo (cf Heb 1,3) porque o Verbo é Deus (cf Jo 1,2). Tendo ordenado o curso dos séculos e fixado as leis do Universo, este Artesão do mundo, este Construtor, permaneceu no seio do Pai. Mas, quando se cumpriu o tempo, passados milhões de anos, Tu desceste a visitar este mundo pecador. […] Cristo não suportava a queda dos povos que se perdiam; não podia aceitar que a obra do Pai se dissolvesse em nada. Revestiu-Se, pois, de um corpo mortal a fim de que a ressurreição da nossa carne quebrasse as cadeias da morte e nos reconduzisse ao Pai. […] Não sentes, ó nobre Virgem, apesar dos dolorosos pressentimentos, que esse glorioso nascimento faz aumentar o brilho da tua virgindade? Teu seio puríssimo contém o fruto bendito que encherá de alegria toda a criatura. Através de ti nascerá um mundo novo, aurora de um dia que brilha como o ouro.

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