«Para que vejam a minha glória»
Simeão,o Novo Teólogo (c. 949-1022), monge grego
Hinos 47, SC 196
Tu, que estás lá em cima com o Pai e Te encontras connosco, […]
Tu mostraste-nos a luz da tua glória imaculada,
dá-ma, sim, uma vez mais , para que nunca me abandone!
Dá-me contemplar-Te sempre nela, ó Verbo,
captar a tua beleza inacessível tal como é
essa beleza que, permanecendo absolutamente fugidia,
atinge e penetra a minha inteligência, transporta o meu espírito
e acende no meu coração o fogo do teu amor!
É esta luz que, espalhando-se como chama de desejo divino,
me faz ver mais claramente a tua glória, ó meu Deus;
glória que, ao adorar-Te, Te peço, Filho de Deus, que me concedas
agora e no futuro, possuir sem medida
e, por ela, contemplar-Te, ó Deus, eternamente! […]
Sim, Pastor compassivo, bom e manso,
que queres a salvação de todos os que creem em Ti,
tem piedade de mim e responde à oração que Te dirijo.
Não Te irrites, não desvies o teu rosto de mim,
mas ensina-me a fazer a tua vontade,
pois não procuro que se faça a minha vontade,
mas a tua, para Te servir, ó Misericordioso!
Suplico-Te que tenhas piedade de mim, Tu, que és naturalmente piedoso,
e faças o que for útil à minha alma miserável,
porque só Tu és o Deus amigo do homem,
incriado, infinito, todo-poderoso, verdadeiro,
vida e luz para aqueles que Te amam
e tão amados são por Ti, Amigo do homem!
Coloca-me entre eles, Mestre, e da tua glória divina
faz-me participante, faz-me co-herdeiro,
pois a Ti, Pai, com o Filho coeterno
e o Espírito divino, seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém