«Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito»
Santo António de Lisboa (c. 1195-1231) Franciscano, Doutor da Igreja
Sermões para os domingos e festas dos santos
O Pai enviou-nos o seu Filho, que é «o melhor dom, o dom perfeito» (Tg 1,17). O melhor dom, que nada ultrapassa; o dom perfeito, ao qual nada se pode acrescentar. Cristo é o melhor dom porque Aquele que o Pai assim nos dá é o seu Filho, soberano, eterno como Ele. Cristo é o dom perfeito; tal como diz o apóstolo Paulo, «com Ele, Deus deu-nos tudo» (Rom 8,32). […] Deu-nos Aquele «que é a cabeça da Igreja» (Ef 5,23). Não podia dar-nos mais. Cristo é o dom perfeito porque, quando no-Lo deu, o Pai levou, através dele, todas as coisas à sua perfeição.
«O Filho do homem», diz S. Mateus, «veio salvar o que estava perdido» (18,11). É por isso que a Igreja exclama: «Cantai ao Senhor um cântico novo» (Sl 97,1), como que para dizer: Fiéis, a quem o Filho do homem salvou e renovou, cantai um cântico novo, porque deveis «rejeitar tudo o que é antigo, agora que os frutos novos vos são dados» (Lv 26,10). Cantai, porque o Pai «fez maravilhas» (Sl 97,1) quando nos enviou o dom perfeito, o seu Filho. «Diante das nações, fez erguer a sua justiça» (Sl 97,2), quando nos deu o dom perfeito, o seu Filho único, que justifica as nações e realiza a perfeição de todas as coisas.