Mãe toda Imaculada, tu tiveste no teu seio o fogo da divindade!
Livro das Horas do Sinai (século IX) Cânone à Mãe de Deus, SC 486
Todo o sopro mortal honra o teu parto, ó Puríssima, e a corte dos anjos celebra o mistério incompreensível do teu nascimento, de como concebeste no teu seio o Criador do universo e O deste à luz: temíveis, estranhos, extraordinários, absolutamente espantosos, ó Soberana, são os teus prodígios! Já que tens com teu Filho, ó Soberana, a liberdade de palavra de uma mãe, não cesses de Lhe implorar com tuas divinas súplicas que sejam libertados de toda a aflição aqueles que te suplicam, Mãe de Deus, que te honram com amor como refúgio para a nossa salvação, como recurso divino, ó toda pura, como muralha inviolável e alegria dos aflitos. Fizeste de mim, ó Mãe, um templo do Espírito Santo, purificando com as tuas súplicas divinas a impureza da minha carne e limpando, Mãe de Deus, a imundície das minhas faltas; pois foi em ti que me refugiei, tu, que és a verdadeira proteção e o baluarte inexpugnável dos cristãos, o seu abrigo, o seu recurso divino e o seu refúgio. Daniel, em espírito, discerniu em ti a montanha intocada pelo cinzel (cf Dn 2,34), Ezequiel, a porta divina (cf Ez 44,2), Moisés viu-te antecipadamente como sarça que não se consome (cf Ex 3,2), tu, que trouxeste no teu seio o fogo da divindade sem seres devorada pela chama, ó Virgem; e nós reconhecemos-te como Mãe toda imaculada, por teres dado à luz na carne o nosso Redentor.